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Mensagem do Organizador

Este será o quarto ano do Safety, uma busca por uma medicina mais segura.

Convido novamente os amigos, que têm me acompanhado nesta busca por mais segurança, a aprofundar a discussão e propostas. A agenda é aberta, pois pela complexidade e tamanho do problema não existe fórmula ou produto mágico. Se você quer discutir um tema mande um email para mim.

Nestes últimos anos vários Congressos e palestras específicas sobre segurança do paciente vem ocorrendo em todo mundo. O Brasil não tem ficado atrás nas discussões e fico alegre em ter, com a ajuda de vocês, colocado o tema de uma forma direta em 2008.

A discussão vinha sendo feita na busca da culpa e do(s) culpados(s). Procurei no Safety, utilizando a generosa contribuição de amigos na área da aviação, energia nuclear, polícia, petróleo e do judiciário, mostrar que a questão do “Erro Humano” é inerente ao fato de sermos humanos. Humanos erram com extrema freqüência, mas a consequência do erro (dano) só ocorre quando existe uma conjugação de fatores, muitos dos quais sem aparente relação na análise preliminar. A análise de uma causa raiz não é o caminho, pois o problema é muito mais complexo. Não há um vírus ou máquina com defeito. Desenvolver uma cultura de segurança, não excluindo fatores econômicos e jurídicos, de forma transparente a todos (profissionais, clientes internos e externos) é um grande desafio.

O Safety está crescendo. Em apenas uma sala, com profissionais discutindo os temas mais diversos sobre segurança, na área da saúde e na sociedade como um todo.

Sem nenhum atrativo econômico e visando promover uma mudança de comportamento despertou muito pouco interesse de patrocínio, diante do montante financeiro que o sistema de saúde mobiliza anualmente. Ter seu nome ligado a algo que pudesse lembrar o que não deu certo foi outro enorme obstáculo.

O suporte, direto ou indireto, da Amil, Unimed Rio, Rede D´Or, Hospital São Lucas, Hospital Copa D’Or, Hospital ProCardíaco, HCor-SP, Hospital Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento, Laboratório Sérgio Franco, CDPI-Multi Imagem, Laerdel, Laboratório Sanofi Aventis, Laboratório Nikko do Brasil, Johnson&Johnson e Editora ArtMed nos permitiu viabilizar este projeto.

SOBRACIL RJ, Ministério da Saúde, Instituto Nacional do Câncer, Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, Diretoria de Saúde da Aeronáutica, Diretoria de Saúde da Marinha do Brasil, Academia Nacional de Medicina, Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Instituto de Energia Nuclear, HemoRio, e TVMed vem prestando apoio ao evento nestes anos.

Não houve qualquer exigência dos apoiadores e patrocinadores. Esta tem sido a marca do Safety na busca do apoio e da eventual ajuda financeira.

Em 2009, ao final do evento o Dr. Augusto Paulino Soares de Souza Netto recebeu das mãos do Ministro da Saúde (Dr. José Gomes Temporão) e de seus amigos e confrades da ANM o Prêmio que leva seu nome. Este prêmio é uma homenagem ao cirurgião que se dedicou à Segurança do Paciente. Em 2010 o prêmio do cirurgião que se destacou em busca da segurança foi dado ao Dr Abib Jatene. Sua trajetória como profissional, professor, Ministro da Saúde e mais de que tudo um grande brasileiro, emocionou a todos. Em 2011 o prêmio será entregue a outro grande médico que se dedicou ao tema.

Em 2011 manteremos a discussão trans-disciplinar (além da inter disciplinar) e continuaremos não abordando a judicialização. Manteremos o foco nos aspectos técnicos de diagnóstico, controle e prevenção dos eventos adversos e na segurança do paciente. Não existe atividade humana sem erro, independente do grau ou do esmero no treinamento em habilidades ou avanços tecnológicos. Demonstrar que podemos aprender com os menos graduados ou com quem tem uma formação diferente da nossa é um dos aspectos que diferencia este Congresso. O aprendizado nestes três anos proporcionado, nas palestras e discussões, por profissionais que exercem atividade completamente diferente da da saúde, tem sido uma fantástica experiência. Muitos palestrantes do Safety repetiram sua exposição em outros eventos e com isso uma rede não tradicional vem sendo criada.

O Fator Humano é visto como um tema central na Segurança de Vôo. No Sistema de Saúde não pode ser visto de forma diferente. A necessidade de estudos em Cognição e Tomada de Decisão em sistemas complexos e dinâmicos é mundialmente reconhecida. Estas estratégias devem levar em conta os fatores culturais, stress, fadiga, entre outros fatores. Não basta tão somente importar metodologias de outros centros. Aplicar este trabalho no Sistema de Saúde é possível. O primeiro passo foi dado.

A Diretoria de Saúde da Aeronáutica aceitou o desafio e está implantando a mesma metodologia do treinamento de aeronautas à equipe de saúde da FAB (GERHUS - Gerenciamento de Recursos Humanos em Saúde). O CRM (Crew Resource Management) foi importante na melhoria da segurança de vôo e é obrigatório em todas as companhias aéreas do mundo. O GERHUS tem longo caminho pela frente, mas, pelo seu baixíssimo custo e fácil estruturação, já começou a apresentar resultados positivos.

O Safety é fruto de ideais e de idealistas que buscam mais segurança para todos. Não existe um modelo ideal mas se conseguirmos que o Sistema de Saúde tenha um foco maior no estudo e aprimoramento do “Fator Humano” estaremos mudando o foco do “quem?” para o “por quê?” e “como?”.

Aí sim haverá prevenção, com menos custo e menos dor se compararmos a qualquer tratamento.

Amigos, aguardo vocês.

Alfredo Guarischi